História Jorge Ben Jor

Jorge Duílio Lima Meneses OMC, mundialmente conhecido como Jorge Ben Jor, é um renomado violonista, pandeirista, guitarrista, percussionista, cantor e compositor brasileiro. Nascido em 22 de março de 1939, no Rio de Janeiro, Jorge Ben é uma figura icônica da música brasileira, cuja carreira abrange várias décadas e gêneros musicais.

A versatilidade de Jorge Ben é notável em seu estilo característico, que incorpora uma mistura única de rock and roll, samba, samba rock, bossa nova, jazz, maracatu, funk, ska e até mesmo hip hop. Suas composições trazem letras que combinam humor, sátira e temas esotéricos, estabelecendo um estilo único e inovador.

A influência de suas raízes árabes e africanas, herdadas de sua mãe etíope, também pode ser encontrada em sua música.

Jorge Ben teve um impacto significativo na música brasileira, introduzindo novos elementos no ritmo e na maneira de tocar violão, mesclando características do rock, soul e funk norte-americanos.

Sua influência se estendeu a várias gerações de artistas brasileiros, que regravaram e prestaram homenagens ao seu trabalho. Nomes como Mundo Livre S/A, Os Paralamas do Sucesso, Skank, Fernanda Abreu, Racionais MC’s e Belô Velloso foram influenciados pelo estilo único de Jorge Ben Jor.

A carreira de Jorge Ben decolou com o sucesso da música “Mas Que Nada” e, em seguida, ele consolidou seu talento com outro grande hit, “Chove Chuva”.

Essas canções não se encaixavam exatamente na bossa nova ou no samba, o que gerou polêmica entre os puristas da música brasileira da época.

A complexidade e a modernidade de sua música desafiavam até mesmo os músicos da época, e seus primeiros discos foram gravados com um conjunto de samba jazz, o Meirelles e os Copa 5, liderado pelo saxofonista J. T. Meirelles, no Beco das Garrafas.

Nascido no bairro carioca de Madureira e criado no Rio Comprido, Jorge Ben demonstrou interesse pela música desde a infância. Inicialmente, sonhava em ser jogador de futebol e chegou a integrar o time infanto-juvenil do Flamengo.

No entanto, sua paixão pela música prevaleceu. Aos treze anos, ganhou seu primeiro pandeiro, e aos dezoito, sua mãe lhe presenteou com um violão. Desde então, Jorge Ben começou a se apresentar em festas e boates, tocando bossa nova e rock and roll.

A década de 1960 marcou o início do sucesso de Jorge Ben. Ele se apresentou no Beco das Garrafas, onde a bossa nova estava em evidência, e conquistou o público com sua música inovadora. Seu primeiro compacto, lançado em 1963, apresentava a música “Mas Que Nada” e rapidamente se tornou um grande sucesso no Brasil.

A canção também foi popularizada internacionalmente por Sérgio Mendes, que a regravou com sua banda Brasil ’66. Esse sucesso impulsionou a carreira de Jorge Ben e o levou a assinar um contrato com a gravadora Philips.

Ao longo das décadas seguintes, Jorge Ben lançou uma série de álbuns aclamados, cada um explorando diferentes influências musicais. Em 1976, lançou o álbum “África Brasil”, que é considerado uma de suas obras-primas.

O disco apresentava uma fusão única de elementos da música africana, funk e samba, e trazia músicas como “Taj Mahal” e “Xica da Silva”, que se tornaram grandes sucessos.

Além de suas contribuições para a música popular brasileira, Jorge Ben também influenciou o desenvolvimento de outros gêneros musicais. Sua mistura de ritmos e sua abordagem inovadora do violão foram fundamentais para o surgimento do samba rock, estilo que combinava samba com elementos do rock and roll.

Esse gênero influenciou artistas posteriores, como Tim Maia e Sandra de Sá.

A carreira de Jorge Ben também foi marcada por apresentações ao vivo energéticas e carismáticas. Seus shows são conhecidos por envolver o público com sua presença de palco contagiante e sua habilidade em misturar diferentes gêneros musicais em uma apresentação única.

Ele se tornou um dos artistas mais respeitados e queridos do Brasil, conquistando fãs de todas as idades.

Ao longo de sua trajetória, Jorge Ben recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos.

Ele foi indicado ao Grammy Latino e recebeu o Prêmio Shell de Música em 2002, além de ter sido homenageado pela escola de samba Unidos da Tijuca no Carnaval do Rio de Janeiro em 2011.

Jorge Ben Jor continua ativo na cena musical até hoje, compondo, gravando e se apresentando ao redor do mundo. Sua música transcende gerações e fronteiras, e seu legado como um ícone da música brasileira permanece intacto.

Com sua criatividade, originalidade e habilidade musical incomparável, Jorge Ben Jor deixou uma marca indelével na história da música brasileira e continua a inspirar artistas e amantes da música em todo o mundo.

Fotos Parque Ibirapuera